Às vezes cruzamo-nos com um cliente difícil. Nessa altura, mais vale rir do que chorar.
Lidar com pessoas faz parte de ser freelancer, por isso é normal que às vezes apareçam algumas pessoas mais complicadas do que outras. Com o tempo vais saber como lidar com elas. Este é um mini-dicionário dos tipos (felizmente alguns raros) que podes encontrar.
1. O Crente
O Crente é um cliente que espera que resolvas os problemas todos (humanos, financeiros, estruturais) do negócio dele, mas só com um logótipo.
É bom quando um cliente tem fé no nosso trabalho, mas, por melhor que ele seja, não é mágico. E, se tudo estiver errado, não vai ser um logótipo que vai resolver os problemas.
2. O Sem Noção
Queria ter arranjado um melhor nome para este, mas é mesmo assim: sem noção. Telefone à meia-noite, envia 7 e-mails por dia com alterações e pedidos, marca prazos e reuniões para o fim-de-semana.
Repete comigo: és freelancer, trabalhas quando quiseres. Isso pode ser à noite e ao fim-de-semana. Podes tirar folga à terça-feira. Mas, seja qual for o horário que fizeres, não és uma loja aberta 24 horas por dia.
3. O Sabichão
Este cliente só te contratou porque tinha de ser, talvez não tivesse tempo, ou foram os outros sócios que o obrigaram. É que ele sabe tudo sobre o teu trabalho e até podia fazê-lo por ti. Vai-te dizer exactamente o que fazer, sem margem para negociações.
Há clientes que têm ideias muito fixas para os seus negócios e isso pode ser bom: pode significar um briefing claro e completo. Mas, um cliente pedir um quadrado amarelo com um círculo preto e letras em Comic Sans, sem margem para ouvir a tua proposta, está a tratar-te como uma ferramenta e não como um criativo.
4. O Desorganizado
Não há prazos. É tudo para ontem.
Se lhe pedires uma data concreta, não há.
Se lhe disseres que não podes continuar porque faltam conteúdos, esses conteúdos ainda não existem.
O pior dos clientes desorganizados é que dificultam a tua organização. Invadem o teu tempo e são os que causam mais stress: tudo é urgente, mesmo que, afinal, só seja para o mês seguinte.
5. O Infame
Já te contaram uma história de terror sobre ele, e a fama persegue-o.
Às vezes corre mal para uns e é o melhor cliente para outros, mas, regra geral, se esse cliente tiver fama de atrasar pagamentos ou se te fala mal de outros designers/ilustradores com quem trabalhou… É um sinal de alarme.
6. O Profeta
Este cliente negoceia em promessas e adivinhações. Acha o teu orçamento muito caro, por isso propõe-te trabalho futuro em troca de trabalho presente.
Verdadeiro: há clientes com quem podemos crescer, comprometendo os valores iniciais com base em acordos concretos de crescimento.
Falso: devemos baixar o preço hoje sem qualquer garantia de trabalho amanhã.
7. O Pior de Todos
Não tem outro nome. O Pior de Todos é o cliente que não te paga.
Nenhum outro cliente difícil se compara ao cliente que vais ter de perseguir para te pagar o devido pelo teu trabalho.
É raro, felizmente, mas eles andam aí.
Para te protegeres dessa situação, sobretudo se a tua intuição está a emitir um aviso, pede 50% antes de iniciares o trabalho. Torna o acordo mais sério e, se no final ele não te pagar, pelo menos não ficaste a perder tanto.
Este post sobre clientes difíceis tem como base a Dica do Freelancer #10, publicada a 28/9/2020 no instagram em @sofiarochaesilva